cinco crianças juntas deitadas no chão fazendo gesto de binóculo

A relação entre a neurociência e o bilinguismo infantil

Falar outras línguas nos aproxima de melhores oportunidades na vida por conta da globalização. Por isso, muitos pais têm colocado seus pequenos em escolas bilíngues no intuito de oferecer um futuro melhor a eles.

Aprender uma segunda língua desde cedo não visa apenas encontrar comunicação em viagens ou morar fora do país, mas ajuda a abrir o leque de oportunidades profissionais no futuro.

Os mitos em torno do bilinguismo infantil

Um dos motivos para essa preocupação em inserir a criança nesse universo, do inglês, por exemplo, é evitar dificuldades que muitos têm quando adultos.

Por outro lado, mentiras foram propagadas a respeito dessa aprendizagem ainda na infância. A alegação principal é de que atrapalharia o desenvolvimento.

Entretanto, a neurociência veio para esclarecer que não há problemas em uma criança aprender outra língua enquanto aperfeiçoa sua língua nativa, pelo contrário.

A neurociência explica a facilidade dos pequenos em aprender outra língua

Para as crianças o processo de aprendizagem de uma nova língua acontece de forma natural, espontânea. Com os estímulos certos é possível alcançar ótimos resultados nos dois idiomas.

Isso porque os estados de desenvolvimento nas duas línguas em aprendizado são iguais, ou seja, a fluência ocorre nos dois casos.

Já os adultos encontram maiores dificuldades, pois já possuem sua língua materna consolidada. Então, assimilar outro idioma de forma fluente e "pensar em outra língua" acaba sendo mais difícil.

As vantagens do bilinguismo infantil

Há vantagens em relação à cognição e linguística para essas crianças que passam pelo processo de bilinguismo infantil. A consciência metalinguística é uma delas, que consiste em associar diferentes significados a uma mesma palavra, nesse caso, em dois idiomas.

Essa capacidade ajuda a desenvolver melhor e mais rápido habilidades como leitura e escrita. Além disso, há uma atenção melhor dessas crianças sobre diferentes perspectivas.

Essa atenção se dá pela habilidade em alterar idiomas conforme o contexto, compreendendo que é preciso se adaptar ao ambiente.

O gerenciamento da atenção também é outra vantagem, pois os pequenos ficam acostumados a dedicar atenção em uma tarefa, mantendo o foco.

As crianças bilíngues não ficam mais inteligentes

Somado a essas vantagens é importante desmistificar algumas informações. É comum associarmos as crianças bilíngues àquelas dotadas de altas habilidades.

Porém, o que acontece é que as habilidades em torno dos idiomas são desenvolvidas de forma igual. Assim, há ótimo desempenho na prática das duas línguas, sem dificuldade de pronúncia ou confusão.

A criança não é mais inteligente porque aprende duas línguas, mas tem ferramentas para uma aprendizagem mais completa e como resultado adquire fluência em dois idiomas, o nativo e a segunda língua.

Daí a importância de um ensino completo ainda na infância de outro idioma, pois os resultados não se comparam ao aprendizado do adulto.

A fluência é um dos pontos que chama a atenção, pois existe capacidade de associar as duas línguas de forma igual. Então, nada de atentar para mitos em torno do bilinguismo infantil.

A neurociência já se encarregou de provar o quanto aprender outro idioma na infância traz melhores resultados e ajuda no desenvolvimento.