menino estudando com a professora

Alfabetização emocional: o que é e como funciona

A inteligência emocional e social, que é um conjunto amplo de habilidades e competências no campo das emoções e dos relacionamentos sociais, depende de uma série de aprendizados e experiências para ser desenvolvida apropriadamente.

Durante a infância, principalmente, as primeiras lições vivenciadas nesse sentido podem ser consideradas um tipo de alfabetização emocional. A capacidade de identificar, gerenciar, interpretar e nomear emoções, além de comunicá-las aos outros, é parte essencial da educação emocional.

Saiba mais a seguir.


O que é alfabetização emocional?

A alfabetização emocional está baseada, sobretudo, no chamado “vocabulário das emoções”. Grande parte das habilidades que uma pessoa emocionalmente inteligente apresenta se deve ao seu amplo vocabulário emocional, que permite a compreensão das suas próprias emoções e a interpretação das expressões emocionais de outras pessoas.

A capacidade de nomear sentimentos e emoções, assim como a desenvoltura com a qual se faz esse reconhecimento, interfere na maneira como o indivíduo vê o mundo, resolve problemas, se relaciona socialmente e enxerga a si mesmo.


Quais habilidades fazem parte da alfabetização emocional?

De acordo com o psicoterapeuta Claude Steiner, as cinco principais habilidades a serem construídas na alfabetização emocional são:

- Reconhecer seus próprios sentimentos;
- Ter a capacidade de exercer a empatia sincera;
- Controlar e gerenciar suas emoções;
- Empregar recursos para reparar danos emocionais;
- Demonstrar equilíbrio e interatividade emocional.

Quanto melhor desenvolvidas forem essas habilidades, mais refinada será a inteligência emocional e social do indivíduo.

Entretanto, apesar da alfabetização emocional ser um aspecto cujo trabalho é, em uma situação ideal, iniciado durante a infância, o desenvolvimento da inteligência emocional é uma tarefa desenvolvida através das diferentes fases e suas particularidades.

O principal ponto a ser reconhecido é que as emoções são uma parte importante e inevitável da vida e devem ser respeitadas e abraçadas a cada momento. Trata-se de um aprendizado contínuo, que gera benefícios não apenas pessoais, mas coletivos, já que da alfabetização emocional depende a qualidade de todos os relacionamentos e interações sociais.


Como a alfabetização emocional pode ser trabalhada?

Durante a infância, a alfabetização emocional pode ser iniciada com o reconhecimento das principais emoções, como tristeza, felicidade, raiva, surpresa e chateação. Para isso, pode ser pedido à criança que identifique emoções através de fotografias ou situações vivenciadas na prática.

Além disso, durante essa etapa da vida, as crianças podem se beneficiar significativamente se estiverem inseridas em ambientes onde ocorre uma comunicação assertiva do ponto de vista emocional. Um bom exemplo é estabelecer relações de causalidade e comunicá-las de modo objetivo, sem uso de analogias e metáforas.

No ambiente escolar, as oportunidades de trabalhar a alfabetização emocional também são bastante amplas. Atividades que demonstrem o que as crianças têm em comum ou suas diferenças são experiências valiosas do ponto de vista emocional e social.

O compartilhamento de gostos e características pessoais com os colegas, por exemplo, é uma oportunidade para exercer a capacidade de reconhecimento de si e dos outros e construir espaço para a atitude empática desde a infância.